A tensão pré-menstrual é um conjunto de sintomas que provocam alterações físicas, psíquicas e sociais, comprometendo o relacionamento e afectando a produtividade no ambiente familiar, social, escolar e profissional da mulher. Surgem uma a duas semanas antes do início da menstruação e, muitas vezes, são vistos como “problemas femininos” não como a doença que são.
O ciclo menstrual, que acontece todos os meses, é controlado pelas hormonas femininas e são elas que também causam a tensão pré-menstrual. A prevalência dos sintomas da tensão pré-menstrual é de 75% a 80% nas mulheres em idade reprodutiva com grande variação no número, duração e gravidade dos sintomas.
OS SINTOMAS DA TENSÃO PRÉ-MENSTRUAL
Algumas mulheres não apresentam todos os sintomas, outras chegam a ficar de baixa médica. A intensidade e a qualidade dos sinais e sintomas encontrados são muito variáveis de mulher para mulher, e têm sido relatados desde a primeira menstruação até a menopausa. Por norma, os sintomas são os seguintes:
- Acne
- Disenteria ou diarreia
- Fadiga
- Retenção de líquidos
- Aumento do desejo sexual
- Dores de cabeça
- Insónia
- Dores articulares ou musculares
- Desejos de comida: doces ou salgados
- Instabilidade emocional
- Depressão
- Aumento do tamanho e da sensibilidade dos seios
- Dor e inchaço nas pernas e, às vezes, no corpo todo
- Ganho de peso
- Aumento do volume abdominal
TRATAMENTO DA TENSÃO PRÉ-MENSTRUAL
O tratamento da tensão pré-menstrual vai desde a abordagem conservadora, que exclui medicamentos, até ao tratamento com medicação.
Em relação às intervenções não medicamentosas, são propostas mudanças no estilo de vida: prática de exercícios aeróbicos e modificações na dieta, com o intuito de amenizar os sintomas e trazer bem-estar à mulher.
Em relação à alimentação, há estudos com suplementação de vitamina B6, cálcio e magnésio. O cálcio, presente no leite e derivados pode ajudar a reduzir oscilações de humor, cólicas e diminuir o inchaço abdominal com o período. O magnésio, presente em frutas, hortaliças, grãos e derivados, pode ajudar a diminuir a retenção hídrica e as dores mamárias. Em alguns casos, pode ser necessário o uso de diuréticos, para reduzir a retenção de líquidos.
Recomenda-se para esse período:
- Eliminar açúcar, sal, cafeína, álcool, carne vermelha e outros alimentos gordurosos;
- Evitar o consumo excessivo de bebidas com gás
- Diminuir o consumo de enchidos. Além de conterem gordura, têm também grandes teores de sódio
- Incluir na dieta chás de ervas, pois são eficientes diuréticos. Entre eles: gengibre, canela, chá verde, entre outros
- Sumos de frutas cítricas, como limão e laranja, são muito bem-vindos. Ricos em potássio, são óptimos diuréticos
- Moderar os condimentos e temperos
- Comer 4-6 refeições por dia e não pular refeições
- Beber maior quantidade de líquidos
- Praticar 20-30 minutos de exercício físico, três vezes/semana (corrida, caminhada, ciclismo, natação)
- Utilizar técnicas de relaxamento (respiração profunda, ioga, meditação)
- Repousar no período mais agudo
- Não planear actividades stressantes para essa fase
A falta da divulgação desta doença e os tabus relacionados com a menstruação fazem com que muitas mulheres sofram deste mal sem procurar ajuda. Muitas vezes, acreditam que todas as mulheres passam pelo mesmo, quando na verdade sofrem com sintomas mais graves e que podem ser tratados.
Se houver irregularidade no ciclo menstrual ou sintomas relacionados à síndrome, a mulher pode e deve procurar o seu médico.