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Magnésio – importante aliado na sua saúde

Magnésio

O magnésio é um dos minerais mais abundantes no organismo humano, desempenhando um papel central em inúmeros mecanismos fisiológicos. Está envolvido no transporte de iões através das membranas celulares, com impacto na condução nervosa, contratilidade muscular e manutenção do ritmo cardíaco. Além disso, é de destacar o seu papel como cofator de inúmeras reações metabólicas associadas, por exemplo, os mecanismos de produção de energia.

A título de curiosidade, é de assinalar que a quantidade de magnésio num adulto saudável é de aproximadamente 21-28g, distribuídos essencialmente pelo compartimento ósseo (64%) e muscular (34%). Cerca de 30-50% do magnésio proveniente da alimentação é absorvido ao longo do intestino, num processo que depende diretamente das reservas do organismo e do seu aporte na dieta.

Apesar de habiutalmente uma alimentação completa e variada ser suficiente para atingir os valores de referência de magnésio, algumas publicações alertam para o facto de que nos últimos anos, tem sido observada uma redução da ingestão dietética de magnésio, principalmente em países ocidentais, nos quais o consumo de alimentos processados é crescente. De facto, estima-se que cerca de 2/3 da população do mundo ocidental não atinja as doses diárias recomendadas de magnésio.

Relacionado com este facto, é de destacar que existem diversas situações que podem comprometer a absorção intestinal ou que aumentam excessivamente a excreção deste mineral e que podem provocar situações de carência, tais como a presença de patologia gastrointestinal que afete a absorção intestinal; aumento da excreção renal (ex.: Diabetes Mellitus) ou a sudação (ex.: prática de exercício físico).

Carência de Magnésio

A carência de magnésio tem sido extensamente associada a um risco aumentado de cansaço e fadiga, a um aumento do risco de resistência à insulina, Diabetes Mellitus tipo 2 e doenças cardiovasculares, além de contribuir negativamente para um correto metabolismo ósseo, ou associada a arritmias cardíacas e hipertensão arterial. Nos idosos, por exemplo, o défice de magnésio tem como consequência tremores, espasmos musculares, alterações de humor, anorexia, náuseas e vómitos.

Por oposição, é de assinalar a evidência existente sobre a utilização de magnésio na prevenção e tratamento de diversas patologias incluindo enxaquecas, hiperlipemia, síndrome pré-menstrual, osteoporose ou como adjuvante no tratamento da depressão.

Necessidades de aporte de magnésio

As necessidades de aporte de magnésio variam ao longo da vida e de acordo com o sexo biológico. Ao longo da vida e com o processo de envelhecimento, existem vários fatores que condicionam o estado nutricional dos indivíduos e que podem contribuir para um aporte deficitário de vários micronutrientes, entre os quais o magnésio. O envelhecimento é um processo natural e dinâmico, acompanhado por um conjunto de alterações que aumentam o risco de défices nutricionais. Na pessoa idosa, um estado nutricional inadequado contribui de forma significativa para o aumento da incapacidade física, da morbilidade e da mortalidade, condicionando a qualidade de vida. Considerando que Portugal é um dos países com a pirâmide demográfica mais envelhecida, devemos prestar atenção às necessidades nutricionais desta fatia da população.

É por isso importante, vigiar a ingestão de magnésio e caso necessário, reforçar com a toma de suplementos alimentares.

Referências bibliográficas:

  • Severo, J. S., et al Aspectos metabólicos e nutricionais do magnésio. Nutricion Clinica y Dietetica Hospitalaria, 35(2), 67–74.
  • Schwalfenberg GK, Genuis SJ. The Importance of Magnesium in Clinical Healthcare. Scientifica (Cairo). 2017;2017:4179326.
  • Associação Portuguesa de Nutricionistas. Alimentação na pessoa idosa. Colecção E-books APN | N.º 31
  • National Intitutes of Health. Magnesium – Fact sheet for health professionals. https://ods.od.nih.gov/factsheets/Magnesium-HealthProfessional/