O glúten resulta de uma mistura de proteínas
que se encontram no endosperma da semente de cereais, maioritariamente
designadas por gliadina e glutenina.
As primeiras são as chamadas proteínas de reserva e para os
intolerantes ao glúten, são tóxicas. Já as gluteninas não trazem malefícios,
nem a quem é intolerante.
A alergia ao glúten é diferente da intolerância, embora muitas vezes sejam confundidos.
Enquanto a intolerância tem uma frequência muito maior e pode afetar qualquer indivíduo, mesmo sem histórico familiar, a alergia ao glúten já é mais rara e normalmente hereditária.
Alergia ao glúten
Quando o glúten é ingerido e entra em contacto com a água, a gliadina (uma das proteínas que o compõem) reage à imunoglobina E. Esta reação dá origem a sintomas de alergia que vão desde manchas vermelhas e comichões a situações mais graves como a anafilaxia.
Intolerância ao glúten
Já a intolerância resulta do facto de o organismo não ser capaz de digerir bem o glúten, sendo que os restos das proteínas gliadina e glutenina podem ficar presos na parede do intestino.
Mesmo os indivíduos saudáveis e sem aparentes problemas celíacos podem sofrer deste problema. Como resultado, dão-se situações de desconforto abdominal, inchaço ou até mesmo um aparelho intestinal desregulado. Estes não são problemas graves (como é o caso da alergia ao glúten), mas tratam-se de sintomas que causam mau estar.
Uma intolerância ao glúten pode demorar mais de meia hora a ter efeitos no corpo, além de que não é identificada em testes de alergia e, quanto maior a quantidade consumida, mais fortes os efeitos. Este podem ser vómitos, diarreia, dores de estômago, barriga inchada, gases intestinais e até mesmo uma sensação na garganta parecida com queimadura.
Por outro lado, uma alergia ao glúten manifesta-se imediatamente, mesmo que seja ingerida pouca quantidade do alimento que o contém. Pode manifestar-se da seguinte forma: vómitos, diarreia, comichão pelo corpo, pele vermelha e com uma espécie de urticária, dificuldades em respirar, e no caso mais grave, anafilaxia.
Se tem realmente alergia ao glúten, vai ser obrigatório retirar esta
proteína da alimentação. Nos dias de hoje, embora não seja a tarefa fácil, já existem
inúmeras alternativas.
A fruta, os vegetais, a carne, o peixe, os ovos e os lacticínios são produtos
isentos de glúten e por isso podem ser consumidos sem preocupações. Já na
altura de escolher os grãos e as farinhas é que é necessário ter uma atenção.
Estes são alguns dos alimentos que não contêm esta proteína na sua composição:
arroz e derivados, milho e derivados, trigo sarraceno, millet, quinoa,
amaranto, mandioca e sementes de linhaça são alguns exemplos.
Para garantir que um determinado produto alimentar não tem glúten na sua
constituição, basta ter em atenção ao seu rótulo. Se nos ingredientes não
constarem trigo, cevada ou centeio nem vestígios, o alimento pode ser uma
opção. Confirme também se o produto está assinalado com o símbolo “sem glúten”.