Em matéria de saúde oral, a melhor arma é a prevenção. Quando iniciada precocemente, a prevenção revela-se eficaz quase a 100 por cento.
A partir do primeiro ano de vida, o biberão deve ser progressivamente substituído pela colher e pelo copo: é nesta idade que se introduzem os alimentos sólidos, que precisam de ser mastigados, sendo a mastigação essencial para um correto desenvolvimento ósseo e muscular dos maxilares. Os alimentos com elevado conteúdo de açúcar devem ser evitados, especialmente entre refeições.
Uma alimentação saudável é também sinónimo de dentes saudáveis. Comer antes de ir dormir é também um hábito muito nocivo e que propicia o aparecimento da cárie. Acontece que os alimentos deixam sempre pequenos estos nas irregularidades dos dentes ou no intervalo entre estes. Estes restos são alimento para as bactérias residentes da boca, que os transformam em ácido. Este ácido degrada a camada mais superficial dos dentes – o esmalte – abrindo caminho para a infeção – a cárie dentária.
Quanto à higiene oral propriamente dita, deve ser efetuada pelos pais até os filhos completarem três anos. Daí em diante, e à medida que a criança cresce, a responsabilidade de escovar os dentes deve ser progressivamente transferida, mas sempre sob supervisão de um adulto. É que só entre os seis e os oito anos a criança adquire capacidade psicomotora para realizar uma higiene oral correta. Contudo, este é um hábito que lhes deve ser incutido desde cedo. Tal como deve ser a consulta ao dentista e/ou higienista oral. Porque mais vale prevenir do que remediar. Esta é uma atitude inteligente de quem investe na saúde.
4 DICAS PARA UMA PREVENÇÃO PRECOCE
- Há que limpar a boca da criança pelo menos duas vezes ao dia depois do pequeno-almoço e antes de dormir, utilizando técnicas apropriadas a cada idade.
- Na primeira infância, é importante impedir a utilização passiva do biberão enquanto a criança dorme, pois este é um hábito que favorece o desenvolvimento de cáries.
- Quanto à chupeta, o seu uso deve desencorajado a partir do primeiro ano, de modo a evitar deformações nos dentes e gengivas.
- Deve-se igualmente desencorajar o hábito de sucção do dedo, que ainda é mais prejudicial.
QUANDO IR AO DENTISTA PELA PRIMEIRA VEZ?
Esta é uma dúvida frequente entre os pais, com os especialistas a recomendarem que essa primeira visita
aconteça antes de completado o primeiro ano de vida. Desejavelmente, nessa altura a criança não terá qualquer problema, até porque a sua dentição ainda está a formar-se. Contudo, essa consulta permite observar o estado de saúde oral da criança, detetar eventuais hábitos nocivos e informar os pais sobre as medidas preventivas mais adequadas. Trata-se também de uma forma de ir familiarizando a criança com o ambiente de um consultório de dentista, o que faz toda a diferença quando houver, de facto, necessidade de tratamento. O que pode acontecer cedo, ainda quando a criança tem apenas dentes “de leite”. Estes são dentes temporários, mas com funções importantes para o normal funcionamento da criança: além de manterem o espaço necessário para os dentes permanentes, têm influência na fonética, na mastigação, na deglutição, no crescimento dos maxilares e na respiração. E podem ser tão afetados por cáries como os definitivos, com a agravante de que nos dentes de leite as cáries avançam mais rapidamente, afetando também mais rapidamente o tecido nervoso dos dentes.
As cáries causam dor, o que é razão suficiente para as evitar. Além disso, podem afetar a formação dos dentes definitivos e, sendo uma infeção, podem ter impacto negativo sobre a saúde em geral. Daí a importância de tratar atempada e corretamente os dentes de leite: é certo que eles acabam por cair, mas alguns só entre os dez e os doze anos, pelo que importa mantê-los saudáveis.
As crianças são igualmente suscetíveis a traumatismos dentários: as quedas são típicas das idades mais ativas e os dentes são vítimas comuns desses incidentes. Assim, após um traumatismo dentário é conveniente ir ao dentista, pois um tratamento precoce minimiza o risco de complicações.