“Ansiedade é exatamente isso: nada aconteceu, e no seu pensamento está tudo perdido”
No dia a dia, muitas pessoas referem-se a um período de ansiedade extrema como um ataque de ansiedade. Quando a ansiedade é avassaladora desta forma, é importante procurar ajuda. Aprender a gerir o stress e a ansiedade não é tarefa simples, muito menos em tempo de pandemia.
Durante a pandemia por COVID-19, muitas pessoas estão a lutar para manter a sua saúde mental. Todos sabemos o que é estar ansioso ou ter um humor mais deprimido transitoriamente.
No entanto, em situações de crise como a que vivemos, as exigências e as preocupações são tantas, sendo natural que os níveis de ansiedade, a sensação de falta de controlo e os níveis de tensão e preocupação sejam mais elevados
Não é fácil definir e limitar o que é normal sentir perante a situação de crise em que nos encontramos devido à nossa enorme variabilidade individual e às circunstâncias anormais que atravessamos.
Por exemplo, muitos dos sintomas e comportamentos que são habitualmente atribuídos a patologias como a depressão, fazem hoje parte da vivência do dia a dia de muitos de nós (nomeadamente, comer mais, dormir mais, estar socialmente isolado, baixos níveis de esperança).
Devido à pandemia por COVID-19, as pessoas estão a sofrer amplas mudanças e embates na sua vida diárias. Algumas perderam entes queridos, outras perderam rendimentos e empregos. O distanciamento social facilitou o tédio, os desencontros e dificultou o amor e as mais variadas interações sociais.
Assim sendo, importa aprender a gerir o stress e a lidar com as adversidades da melhor forma possível. Eis algumas dicas para praticar:
- Recorrer à rede de apoio
Sempre que sente que a ansiedade e a preocupação se avolumam e começam a sair do seu controlo, experimente conversar com alguém em quem confia. Partilhe com aqueles que mais gostam de si os seus pensamentos e sentimentos.
Procurar apoio junto daqueles que nos são próximos é uma das melhores formas de combater a ansiedade, no entanto, numa altura em que o distanciamento social é regra, procurar essa ajuda pode ser mais desafiante.
Importa descobrir formas criativas e alternativas para contactar aqueles de quem gostamos. Felizmente, estão disponíveis imensos recursos que o permitem (mensagens de texto; email; chamadas telefónicas; redes sociais; entre outros).
- Manter o foco naquilo que pode controlar
Manter o foco naquilo que não está ao seu alcance mudar ou controlar apenas vai contribuir para o avolumar da tensão e do stress. Sempre que sentir maior ansiedade, respire fundo, e foque-se nas ações que consegue controlar, ainda que sejam simples atividades do dia a dia.
- Manter um estilo de vida saudável
Reforce o autocuidado. Pratique atividade física, alimente-se de forma saudável e mantenha hábitos de sono saudáveis (por exemplo, manter uma hora de adormecer e acordar regular, estabelecer rituais relaxantes prévios à hora de adormecer; evitar a cafeína e os aparelhos eletrónicos próximo da hora de deitar; lembrar que a cama não é um lugar para se preocupar, mas sim para dormir e descansar).
Para se manter saudável a nível psicológico, distraia-se. Experimente atividades novas ou faça aquelas que habitualmente lhe dão mais prazer (por exemplo, desenhar, pintar, cozinhar ou ver uma série). Liste essas atividades, fixe-a num local visível e reserve um período do dia, todos os dias, para se dedicar ao que mais gosta
- Dinamizar momentos de relaxamento
Colocar em prática algumas técnicas simples de respiração e praticar o relaxamento podem ser boas ajudas no combate à ansiedade.
Escolha um local da sua casa que transmita conforto, calma e tranquilidade. Uma vez por dia, ou sempre que sentir a ansiedade a aproximar-se, ligue a música, feche os olhos e recorra a técnicas de relaxamento.
Experimente, por exemplo, respirar profundamente três vezes, inspirando lentamente até que sua barriga esteja cheia e, em seguida, expirando gradualmente.
- Não alimentar a ansiedade
Perante a situação de pandemia, é importante que nos mantenhamos atualizados e informados, recorrendo a fontes oficiais e fidedignas.
Todavia, não há necessidade de consultar informações demasiadas vezes (quantidade não é sinónimo de gravidade), arriscando sentir-se rodeado de informação negativa. Não alimente a ansiedade.
Procure notícias e eventos positivos no quotidiano (por exemplo, ao final do dia, pense sobre os aspetos positivos do seu dia).
- Pedir ajuda
Um ataque de ansiedade, ou seja, uma situação em que rapidamente a ansiedade, o medo e a preocupação tomam conta das nossas ações e pensamentos é algo que deve ser levado a sério.
Peça ajuda. Um psicólogo pode ajudá-lo a compreender melhor os pensamentos e comportamentos de ansiedade, a sentir-se melhor, mais relaxado e mais capaz.