A alergia caracteriza-se por uma resposta inadequada e exagerada do sistema imunitário a substâncias, habitualmente, inofensivas e que às quais designamos de alérgenos. Apesar de serem substâncias de origem natural, estas podem induzir a uma reação de hipersensibilidade em indivíduos mais suscetíveis.
De acordo com a Organização Mundial de Saúde, as doenças alérgicas ocupam o quarto lugar das doenças crónicas que mais afetam a população, estimando-se que, em todo o mundo, 500 milhões de pessoas sofram de rinite alérgica.
De acordo com a Sociedade Portuguesa de Alergologia e Imunologia Clínica, 25% da população portuguesa sofre de rinite alérgica, 10% de asma e 10% de urticária.
O que acontece é que o corpo “reconhece” o agente alérgeno como uma substância estranha e alheia ao organismo no primeiro contato e, sempre que há uma exposição “excessiva”, o sistema imunitário reage com a libertação de substâncias que alteram a homeostase do organismo desencadeando a alergia.
O fenómeno alérgico encontra-se, deste modo, dividido em duas fases: a fase de sensibilização e a fase da reação alérgica.
Durante a primeira fase o indivíduo que se está a “sensibilizar” a um agente alérgeno não apresenta sintomas. As manifestações alérgicas, como olhos vermelhos, dificuldade respiratória, eritema ou prurido cutâneo, por exemplo, surgem no contato seguinte, designado de fase de reação alérgica. O que acontece é que, neste segundo contato, a informação se propaga ao resto do organismo, desencadeando a amplificação do fenómeno.
Entre os alérgenos mais comuns encontram-se os pólenes, ácaros, pó, pelo de animais e algumas substâncias alimentares.
Os tipos mais comuns de alergias são as alergias alimentares (provocadas pelo leite de vaca, ovos, amendoim, soja, peixes e frutos do mar ou nozes, por exemplo); alergias da pele (provocando lesões dermatológicas com prurido, habitualmente, intenso); alergias nasais (conhecida como rinite alérgica); alergias respiratórias (devido a alérgenos e irritantes das vias aéreas) e as alergias oculares, das quais a conjuntivite alérgica é a mais comum.
Embora a alergia seja uma patologia sem cura, desde que se conheçam as suas formas e agentes causadores, é possível controlá-la.
Existe, de alguma forma, um risco hereditário comprovado. Através do perfil “atópico” é possível determinar o risco de sintomas alérgicos nas crianças.
Na realidade, o risco de desenvolver uma alergia respiratória é superior em famílias alérgicas, apresentando 50% de hipóteses quando ambos os pais são alérgicos. Caso os pais sofram da mesma doença alérgica a probabilidade de hereditariedade sobe para os 80%.
Por outro lado, também as alterações do meio ambiente e do estilo de vida – como poluição, tabagismo ou urbanização crescente –, bem como dos hábitos alimentares são fatores que potenciam o desenvolvimento de alergias.
Apesar de não estarem na origem de fenómenos alérgicos, a poluição atmosférica contribui para o agravamento do problema.